Gil Gomes é um dos mistérios maiores da nossa bola. Jovem promissor, campeão do Mundo de sub-20 ao lado de futuros grandes do desporto Mundial como o guedelhudo Valido, o felino Toni e Paulo Banha Torres, cedo desapareceu das lides profissionais, após um início auspicioso.
O que se passou, perguntais vós?
"Cromos da Bola", sempre na vanguarda, aplicou-se para descobrir a razão do eclipse deste luso sol de tempero africano.
Nascido a 29 de Agosto de 1959, na pacata localidade de Gary, no Indiana (EUA), sob o nome de Michael Joseph Jackson, o nosso herói desde cedo alinhou pelas lides musicais. Aos 5 anos de idade já fazia parte do grupo vocal "Jackson 5", e aos 10 era um artista milionário e consagrado. No final dos anos 80, vestindo a pele de precoce veterano da K7 oficial e pirata, Michael sentia-se cansado. Preso à única realidade que alguma vez tinha conhecido, cansara-se de ser uma estrela pop. Seguindo uma linha de pensamento lógica, delineou um plano em conjunto com o seu macaco Bubbles: "Vou para aquele solarengo país africano, Portugal, e tornar-me numa estrela de soccer. Aí sim, posso fugir da pressão diária de ser um ídolo de multidões. E de certeza que lá ninguém me conhece, como não existe TV nem telefonia..."
Assim foi. Michael contratou um sósia seu (Latrell Smith) que ganhava a vida imitando-o num casino de Las Vegas (um Fernando Pereira sem a perinha abichanada), e pô-lo no seu lugar. Abalou para Portugal.
O choque inicial - aquando da compra dos bilhetes -, quando soube que afinal o seu País adoptivo fazia parte da Europa, foi mitigado à chegada: "Oh...It's not Africa, but it surely does look like motherfuc*** Africa."
Meteu-se de pronto numa camioneta em direcção a Freixo de Espada à Cinta, cidade que lhe tinha sido recomendada por Elvis Presley e Jim Morrison para adquirir um bom B.I. falso baratucho, que lhe permitisse viver em Portugal até ao fim da vida. Porém, ao contrário destes dois, Michael não montou barraca em Rio Tinto, aventurando-se na capital Portuguesa. Michael Joseph Jackson era agora Nélson Gil de Almeida Gomes, nascido a 02-12-1972 .
Chegado ao Estádio da Luz, Gil Gomes (nome de guerra que escolhera na viagem a conselho da idosa que se sentara a seu lado) utilizou o seu inglês irrepreensível e invulgares dotes futebolísticos (e algum dinheiro também) para convencer John Mortimore a dar-lhe uma oportunidade no Benfica de 1987. Gil fez uso da sua velocidade, reflexos apurados e capacidade de fazer o moonwalk para pastar nas camadas jovens durande dois anos, até conseguir finalmente entrar no plantel principal em 1989/90. Daí até à selecção sub-20 foi apenas um passinho de dança.
Após maravilhar o seu novel País adoptivo com a sua invulgar destreza, Gil fartou-se desta sua vida alternativa. Afinal a pressão era a mesma. Só que em vez de lhe atirarem cuecas e soutiens nos concertos nos maiores palcos Mundiais, atiravam-lhe agora moedas e pilhas quando ia jogar a Paços de Ferreira.
Como um qualquer filme de domingo à tarde na TVI com quaisquer duas irmãs gémeas loiras americanas, o artista-futebolista sentiu saudades do seu antigo empregozito como Rei da Pop e avisou o sósia que fazia de Micheal Jackson (bom velho Latrell) que iriam trocar de lides diárias. Mas havia um problema. Latrell não sabia jogar à bola.
Micheal regressava à sua vida anterior nos EUA, fazia uma cirurgia plástica para reduzir o nariz à Jonas Savimbi, e entregava solenemente o B.I. com o nome Nélson Gil de Almeida Gomes a Latrell Smith. Este, no seu primeiro treino, desiludiu de tal forma, que Sven-Göran lhe veio perguntar: "Que passa, campeóm? É a prrimeirra fez em muito témpo qué Valido e Phaulo Madherra não são os piorres jogadorres no trreino. Kontinua assim, qué fais parrar à zegunda difizóm."
O novo Gil assim continuou, e foi chutado para a Ovarense com uma velocidade superior àquela que José Dominguez imprimia em campo. Mal os responsáveis ovarenses viram que Penteado continuava a ser o melhor jogador ofensivo dos vareiros, estes chutaram-no para longe. Caiu no Tours, equipa da Centésima Segunda Divisão Francesa. Que o chutou para longe. Caiu em Braga. Barroso encarregou-se pessoalmente de o chutar para longe. Caiu na Reboleira (grande pontapé, já agora. Ah, pé canhão!...). Agatão, Mazo e Birame jogaram 5 minutos ao meiinho com ele, antes de decidirem chutá-lo para longe. Desta feita, caiu no Yverdon Sport, da Suiça. Depois no colosso F.C. Will. Depois no imponente Philadelphia Kixx. Claro que nenhum currículo de bosta ficaria completo sem os Jacksonville Cyclones. Ou sem o Sheffield Wednesday e o Avellino (não o do Marco, o de Itália, mesmo). Ou os inevitáveis Hendon F.C., Middlewich Town, Salford City e Hide Town F.C., como é lógico.
Porém, já em 2005, Gil Gomes atinge o ponto alto da sua carreira: Manchester United. Ah não. Afinal não é o United, é o New East Manchester F.C. ...e também não era o ponto alto da carreira, era mesmo o final. Paciência.
Do seu cadeirão favorito no rancho de Neverland, Micheal Jackson seguiu atentamente a carreira que ele tão brilhantemente iniciou. Alguns indefectíveis dos Philadeplhia Kixx juram mesmo tê-lo visto nas bancadas mais do que uma vez a aplaudir e incentivar aquele jogador português de que ninguém gostava muito.
"Cromos da Bola" roubou parte desta informação à CIA. Pedimos encarecidamente que sejam comedidos na divulgação da mesma. Bem Hajam.